Gosto de olhar para o meu braço e ver a pulseira azul.
Gosto de saber que tenho objectivos na vida.
Não desgosto da incerteza de saber se poderia ser mais feliz.
Gosto da certeza de que estou a crescer e a passar as melhores fases da minha vida.
Gosto de saber que há alguém interessado na minha vida actual.
Gosto de saber que a minha vida não se resume à faculdade.
Gosto de conversas longas sobre viagens, sonhos, cultura com 3 das pessoas que me são mais.
Gosto que aquilo que sinto não seja depressão (como já foi) mas felicidade pelo que está a acontecer [porque, mais uma vez - à semelhança da faculdade (vide uns posts algures), por exemplo, fiz por isso].
Gosto de saber que há pessoas com as quais os planos passam por ir ao teatro, a uma aula de ioga, passear a pé, correr ao início da manhã de sábado.
Gosto de me estar a envolver nas actividades da IDF, da APDP... porque a diabetes não me faz ser menos pessoa; faz-me, pelo contrário, ser mais.
Porque hoje foi um bom dia, hoje foi um óptimo dia.
Hoje recebi boas notícias, estive com pessoas que me fazem procurar ser mais e ser eu própria. Todos os clichés dizem que devemos ser nós próprios mas isso não é fácil. É um processo de construção árduo porque temos que nos abstrair do que nos dizem desde sempre ter que ser de uma forma ou de outra.
Sobre o dia de hoje quase não penso no que poderia ter sido diferente porque pouco poderia tê-lo sido.
A partir de hoje já vou olhar para o meu braço (para a minha pulseira azul; porque antes só olhava para o pin na minha mala) e lembrar-me que tenho um caminho a ser feito, caminho que até há um tempo nunca pensei que me poderia trazer algo bom. Mas trouxe. Muito. E o melhor é que vai continuar a trazer cada vez mais.
Outro cliché diz que nos devemos aceitar como somos. Mais uma vez estamos perante um processo de construção moroso. Não diria mais moroso do que o processo de sermos como somos mas certamente mais próprio. Eu não só aceito mais aspectos da minha vida que não posso mudar como ainda me sinto feliz com isso. E isso é aceitarmo-nos e darmos os passos em frente da aceitação. Porque aceitar é uma coisa. Ser feliz é o passo seguinte.
(não, isto não é um texto tirado de um livro qualquer de auto-ajuda por muito que seja semelhante)